terça-feira, 18 de maio de 2010

ESSÊNCIA

Percebo agora, após grandes longos anos o quão curta pode ser uma vida, o quanto pequena ela pode ser, mesmo se for longamente contada por números; é impossível descrever como posso ser útil a alguém no decorrer desta existência, vejo meu corpo, agora fora dele, velho, cheio das marcas do tempo, corroído pelo sumo do envelhecimento, embora eu tenha chegado a impressionante marca dos 100, digo que pouco vivi e que minhas histórias pouco foram conhecidas.

Vejo a luz do cosmos, vejo o brilho das estrelas, agora posso visitá-las, sem necessidade de máquinas ou combustíveis para me locomover, apenas uma força me leva; o Amor! A única e impressionante força que me guiou por este pequenino planeta neste longo século de vida. Vejo pessoas caóticas daqui de cima, vejo um mundo conturbado e o que me chama a atenção, são os pontos de luz que brotam diante desse imenso caos, pontos que surgem da mesma espécie, que por natureza já nasce em meio da confusão, os seres humanos, o ser que um dia eu fui, ontem, agora já não sou mais.

Alguém deveria alertar todos os seres deste planeta, para correrem atrás e deter com todas as suas garras apenas uma coisa; o amor, o amor que tanto nos é falado e que tanto nos persegue, agora da voz a minha mente e me diz que o que eu fiz foi certo; esse mesmo amor é o que me reconforta, de não viver mais entre os seres da natureza, pois agora faço parte de sua energia, me reconforta de não ter mais meus queridos ao meu lado, me reconforta de não poder abraçar os que ainda chorar pela minha perda, enfim, é o amor que me diz para prosseguir; E ME SURPREENDE SIM, quando eu ainda sinto que posso pensar, sem corpo físico e sem palavras sonoras, apenas com a força do combustível da alma.

Meu amor foi por poucos, apenas neste momento posso sentir o que realmente é,foi e será o amor. Palavra ensinada a todos os seres pelos deus, pelas energias criadoras deste universo. Aliás, agora eu posso saber quem criou tudo isto, quem nos deixou viver nesta Terra, quem fez as substâncias químicas, tão essenciais a vida combinarem perfeitamente? É neste lapso que o amor novamente me reconforta, me mostra que muita evolução ainda está por vir, me demonstra que neste estado de espírito, alma, energia ou o que quer que você queira chamar, não é possível entender tais questões.

Estou surpreso ao ver tantos seres diferentes de mim, que sempre pensei não existir, seres fenomenais, que dariam jeito para todos os problemas do mundo físico de qual parti, seres que me fazem sentir amado, mesmo sem coração, seres que já partiram de seus mundos e também seres que partiram de meu mundo. Seres ilustres, que iluminam como a chama esta escuridão do universo. COMO É BOM CAMINHAR DENTRE AS ESTRELAS, elas me aquecem e me fazem sentir supremo, me sinto equiparado a elas, me fazem sentir como se eu fizesse parte delas, coisas que nos somos, mas esquecemos com tantas atribuições mundanas que são dedicadas a nós.

Eu amei, eu amo e continuarei a ser amado. Posso ter deixado o ser físico que tanto amei por longos anos neste mundo, mas sei que logo nos encontraremos, assim como os seres que avisto daqui de cima. É maravilhoso conhecer seres tão diferentes de mim, mas que emanam as minhas mesmas luzes quando eu me recordo de quando amei. Seres alienígenas que já tiveram suas vidas, suas almas agora permanecem juntas, buscando sua evolução em conjunto, para ambos se elevarem, para ambos viverem juntos, para se amarem continuamente para todo sempre e brincarem, ás vezes, de fazer parte de outro sistema de vida física e se encontrarem no decorrer da mesma, para depois voltarem a se amar, do jeito mais puro, do jeito mais leve, do jeito mais divino, com a força maior de todas, aquela que neste mundo, chamamos de Deus ou Deusa. Eu aguardo o detentor de minhas cores aqui, neste lugar não há tempo, um dia é igual á uma década, aqui, em palavras terrestres, é o mundo do amor, o lugar onde o ser é vivo e não tem denominação alguma, não há corpo físico nem paisagens físicas, apenas as cores tão abstratas do amor, que se um humano fosse capaz de ver, certamente, seria a última coisa que este ser tornaria a lembrar!